Museu de Campo Mourão recebe castiçais do período imperial

Campo Mourão ganhou um reforço de peso em seu patrimônio histórico. Dois imponentes castiçais de altar, confeccionados em metal trabalhado durante o Império de Dom Pedro II (1840–1889), passaram a integrar o acervo do Museu Municipal Deolindo Mendes Pereira. A doação foi feita por Max Deitos, Guilherme Menin Gaertner e Adriano Toldo, e já desperta a curiosidade de visitantes pela imponência e pela ligação direta com um dos períodos mais marcantes da história nacional.
Além da nova aquisição, o museu guarda moedas da mesma época, permitindo ao público uma viagem completa ao Brasil do século XIX. A presença de objetos imperiais no acervo mourãoense ganha ainda mais significado quando se resgata um episódio pouco conhecido: em 1880, Norberto Mendes Cordeiro, figura de destaque na colonização local, conseguiu uma audiência com o próprio Dom Pedro II. Na ocasião, relatou ao imperador a importância da ocupação e desenvolvimento dos Campos do Mourão. Surpreso com a narrativa, o monarca concedeu a Cordeiro o título de Comendador, reforçando o elo simbólico entre a região e a coroa brasileira.
Para o secretário municipal de Cultura, Roberto Cardoso, a chegada das peças representa um marco para a cidade. "Estamos falando de objetos que não apenas têm valor artístico, mas também histórico. Eles ajudam a contar a história do Brasil e a conectar Campo Mourão a esse contexto maior. É uma oportunidade para que a população tenha contato direto com elementos do nosso passado imperial", afirmou.
O coordenador do museu, Jair Elias, destacou o gesto dos doadores como um presente para toda a comunidade. "A contribuição de Max Deitos, Guilherme Menin Gaertner e Adriano Toldo é de imensa importância. Ao doarem peças tão valiosas, eles não apenas preservam a memória, mas a colocam ao alcance de todos. É assim que construímos uma cidade que conhece e valoriza sua própria história", ressaltou.
Os castiçais já estão expostos ao público, acompanhados de informações sobre sua origem, simbolismo e relação com a trajetória de Campo Mourão. Mais do que objetos decorativos, são testemunhas de um tempo em que o país buscava se consolidar e integrar suas regiões — uma missão que, de certa forma, continua viva no trabalho de preservação da história local.
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